quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O segredo das mulheres inteligentes

Estava eu hoje no trem da linha 9 (Esmeralda) e vi uma mulher com um livro na mão cujo título era "O segredo das mulheres inteligentes". Felizmente eu não estava tão perto e ela não deve ter percebido que eu estava rindo da situação dela.

Para começar: O fato dela estar lendo o livro indica que ela não pertence àquele grupo e, portanto,  não conhece o segredo. Seguindo esta lógica, ela seria uma mulher "não-inteligente".

Além disso, que segredo as mulheres inteligentes poderiam compartilhar? Afinal, elas não têm egrégora.

Por último, qual seria a motivação para alguém ler um livro com esse título?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

7 = 14?

Assistimos a uma palestra do BIQ em uma chuvosa noite de outubro de 2009 na Aliança Francesa perto do Metrô República. Naquela época foi divulgado que o processo poderia ser feito em 9 meses, sendo 2 para o BIQ e 7 para o consulado.

Na época não estávamos preparados para entrar com o pedido. Cursamos francês no primeiro semestre de 2010 e enviamos o pedido ao BIQ em setembro. Nossa entrevista ocorreu em novembro (realmente, 2 meses!) e entramos com o pedido federal em janeiro de 2011.

O processo no consulado, que deveria ser apenas uma trivialidade, passou de 7 para 14 meses! Eu sei que não adianta chorar sobre o leite derramado, alegar que "me contaram mentiras" ou "me induziram a achar que seria menos", porque o consulado tem uma capacidade definida de processamento de vistos e a fila só cresce. O ponto é que o processo acaba ficando com vários problemas:

Primeiro, e  maior de todos: O consulado não dá feedback. Pelo menos quando eu enviei meus documentos, estava escrito no site que eu receberia uma carta de confirmação em até dois meses. Eles simplesmente não mandam. Nem e-mail. Você sequer sabe se seu envelope chegou lá. Seu processo não é cadastrado no E-CAS. Se você mandar um e-mail perguntando, TALVEZ eles respondam.

Segundo: Os documentos caducam. Lembra que certos documentos tinham que ter sido emitidos a menos de três meses? De que adianta, se vão levar um ano para verificá-los?

Terceiro: Ninguém sabe realmente quanto tempo o processo vai levar. A partir de agora vai levar 6 meses? Nem f***dendo. Se o processo mudou agora, quando eles estão levando 14 meses para efetuar o processamento, a lógica me diz que vão levar 14 meses para começar a processar os pedidos enviados pelo novo processo. TALVEZ então o prazo comece a diminuir.

Mas como chegamos a este ponto? Aqui seguem algumas de minhas especulações:

A Sra. Soraia recebeu a missão de aumentar os pedidos de imigração de brasileiros para o Québec, trabalho que ela efetuou magnificamente. O problema é que ninguém combinou isso com o consulado. Além disso, suspeito que exista uma cota anual de vistos para cada país (pelo menos é o que eu faria) e o número total de brasileiros pedindo vistos aumentou além desta cota, causando a fila. Portanto, acredito que o Canadá não tenha interesse em emitir vistos em um ritmo maior.

Outro ponto é que o sistema poderia ser mais informatizado. Preencher PDF, imprimir e enviar pelo correio é o top da tecnologia. Da década de 90. Isso significa que o consulado tem "digitadores" (alguém conhece algum digitador hoje em dia?). Você lembra quanto tempo gastou digitando aqueles malditos formulários? Pois bem, alguém vai gastar de novo. Recentemente preenchi o formulário para o pedido de visto de turista para os EUA. É tudo digitado no site e você tem que enviar um arquivo com sua foto digitalizada. No final, você imprime e assina apenas para afirmar que as informações fornecidas são verdadeiras.

O CIC está tapando o sol com a peneira: O processo foi projetado para ser mais rápido, porém não está funcionando. Se você olhar no site deles, vai ver que o nosso processo ainda está entre os mais rápidos do mundo, ou seja, o problema é geral e não só no Brasil. Recentemente o governo canadense divulgou que há um milhão de pessoas na fila do visto permanente.

Mas dá para melhorar?

Eu acredito que mesmo que o tempo não diminua, dá para melhorar o feedback. É só fazer o mínimo: Enviar uma mensagem de confirmação, colocar o processo no E-CAS assim que chegar e divulgar o mês de recebimento dos processos que estão trabalhando. Se fizessem isso, acredito que estariam economizando tempo, pois TODO MUNDO já mandou um e-mail ou tentou telefonar para o consulado.

Outra melhoria mais sofisticada seria criar "a fila da fila": A pessoa se cadastra pela Internet fornecendo os dados básicos e paga a taxa. O sistema fornece uma data prevista de início de processamento, que vai sendo atualizada conforme passa o tempo. Três meses antes desta data, a pessoa é avisada que deve mandar os documentos. Desta forma a pessoa sabe que seu processo foi recebido e pode consultar quando quiser a data prevista de início do processamento.

Estou curioso sobre uma coisa: Alguém consegue lembrar de alguma outra coisa na vida em que você pede algo pelo correio, não recebe confirmação do pedido e a resposta leva um ano?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A filha da mendiga tinha uma tatuagem

É. Isso mesmo.

Estava eu subindo a Avenida Angélica e parei no semáforo diante do Pão de Açúcar. Para quem  não é de São Paulo ou não conhece a região, aquele bairro é de classe alta. Inclusive, este mercado seria demolido para dar lugar à construção de uma estação de metrô e uma moradora reclamou que iria trazer "gente diferenciada" para o bairro. O Metrô eventualmente desistiu de fazer a estação ali, apesar do protesto sobre o protesto.

Donc, a questão é que naquela calçada estavam sentadas uma senhora pedinte e duas meninas aparentando uns 8 e 13 anos. A menina mais velha tinha uma bela tatuagem colorida acima do tornozelo, acho que era um passarinho com umas coisas em volta. Aquilo chamou minha atenção e me fez pensar sobre diversas coisas:

  • Qual a história daquela mulher, que não tem como sustentar a família?
  • O que aconteceu com o pai das meninas?
  • As meninas são mesmo dela?
  • Era meio-dia. Estas meninas não deveriam estar na escola?
  • Onde elas moram? Será em uma casa em um bairro distante ou debaixo de alguma ponte?
  • Porque escolheram aquela esquina? Como chegam lá?
  • Como alguém aceita tatuar uma mendiga?
  • Como ela fez para não ter infecção?
  • Finalmente: Como alguém que não tem o que comer paga centenas de reais em uma tatuagem?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bicicleta em São Paulo - parte II

Precisei novamente fazer o percurso casa -> cartório -> contabilidade. Desta vez criei coragem e amarrei a bike em lugares públicos.

No cartório foi mais tranquilo: Existe uma rampa com um corrimão de aço bem grosso. Deixei a bike no alto da rampa na quina com a parede, onde não atrapalhou a passagem. Além disso, sempre fica gente junto às motos e, ainda por cima, a parede do cartório é transparente e dava para ver a bike o tempo todo enquanto eu esperava minha vez.

Na contabilidade foi um pouco mais tenso: Amarrei em uma "gradinha de árvore", em falta de coisa melhor. Do outro lado da árvore tinha uma mulher conversando com um mendigo. O centro de São Paulo é um lugar bizarro. A mulher não parecia mendiga e o papo não era de assistente social. Ou eu sou preconceituoso devido ao fato do único assunto que os mendigos falam comigo é "Me dá um dinheiro?".

Quando fiz universidade, muita gente usava bike para ir ao campus. Embora todo mundo amarrasse a bike com cadeado e corrente ou cabo de aço, havia um número enorme de roubos. Um dia, uns alunos pegaram um rapaz serrando uma corrente. Foi juntando gente e começaram a bater no ladrão até que o pessoal da segurança chegasse. Por pouco o sujeito não foi linchado.

Não sei como é a relação de oferta e demanda de bicicletas roubáveis em São Paulo (Alguma ideia, Fábio?). Talvez dê muito trabalho roubar uma bike no centro e levar até o ponto de revenda. Talvez o policiamento ostensivo faça não valer o risco naquela região.

Para estacionar a bike, entra em cena a psicologia das multidões: Quando estamos em uma multidão, perdemos um certo medo das consequências.  Esta multidão pode ser conceitual, como no caso do "todo mundo faz". De forma geral, ao redor do mundo onde vi bikes usadas em grande escala, os ciclistas são extremamente "caras-de-pau" para estacionar, ou seja, amarram a bike qualquer lugar. Por exemplo: Em Barcelona, havia uma bike amarrada em um poste a 1 metro da entrada da escada para o metrô. A bicicleta caiu com a chuva forte e ficou atrapalhando todo mundo passar. No centro histórico de Amsterdã tem bicicletas amarradas em todo lugar amarrável, literalmente. Não dá para encostar em uma cerca de metal pois sempre tem bikes junto dela.

Já em São Paulo, não cola muito este estória de "todo mundo faz" já que há pouquíssimas bikes amarradas em público. Portanto, as pessoas não estão cansadas de dar esporro em ciclistas folgados (eu). Eu poderia ter tomado um no cartório.

Com se diz por aqui, o negócio é "tentar a sorte, certo?".

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dia cinza

Hoje amanheceu chovendo e está assim a maior parte do dia. Não é uma chuva de verdade, é mais próximo de uma garoa, aquela coisa chata que não deixa a rua secar. Está tudo cinza e triste.

Hoje eu também estou cinza. Desde que eu comecei a procurar emprego eu ainda não tinha tido um dia realmente down. Todo mundo em algum momento se questiona se tomou a decisão certa e hoje é a minha vez.

Estranhamente, o motivo é ter recebido uma proposta de emprego. A questão é que a proposta não é tão boa quanto eu gostaria, mas é na área que eu gostaria de atuar. Será que estou pedindo um salário alto demais? Fiquei de dar uma resposta e, uma hora depois, fui chamado para um processo seletivo em uma multinacional. Fiz as entrevistas,  com o RH e com o gestor da vaga, e estou esperando uma resposta. O trabalho é em algo legal, bastante diferente, mas não é na mesma área que eu tinha focado minhas buscas de emprego. A questão é que enquanto participo do processo da segunda, fico enrolando a resposta da primeira e corro o risco de perder a vaga.

Minhas alternativas são:

1 - Aceitar a  proposta da primeira empresa, desconhecida, acumular experiência recente na tecnologia que pretendo procurar emprego lá, mas ganhar menos do que pedi;

2 - Torcer para entrar na segunda empresa, multinacional mundialmente famosa, mas trabalhar com algo que não será meu foco de busca de emprego lá;

3 - NDA. Continuar procurando algo nos moldes da primeira empresa, mas com um salário mais alto;

Entre as alternativas 1 e 2, fica a pergunta: O que é mais importante, quando eu chegar lá: A referência da experiência certa em uma empresa desconhecida ou a referência em uma empresa renomada em algo que não será utilizado na vaga?

Pra piorar, hoje eu li um post sobre mim escrito com um tom que eu realmente não merecia. Será que eu não presto nem como profissional nem como família?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Protocolo e reconhecimento de firma

Ouvi dizer que cartório é uma herança da nossa colonização ibérica.

Acabei de ler um post sobre a entrega do processo federal no consulado e o autor queixou-se que não recebeu um protocolo de recebimento.

Será que, como povo, somos tão desonestos? O reconhecimento de firma atesta que a assinatura não é falsa. O protocolo, que a solicitação realmente foi efetuada.

Sentiremos falta disso? Conseguiremos viver sem "número do protocolo"?

Hoje eu li uma expressão na revista Veja usada pelo Sr. Roger Noriega: "... a América Latina tem baixa capacidade de aplicação das leis."

domingo, 6 de novembro de 2011

Parques urbanos

Em resposta ao meu post sobre bicicletas, a Vida comentou que também tem medo de correr nos parques por aqui. Acho que este assunto também merece um post.

Em Montreal, além dos grandes parques, como Mont-Royal e Angrignon, é comum ter pequenos parques espalhados pelos bairros. Lembro de ter passado por um em Westmont, mas basta olhar os "quarteirões verdes" no Google Maps. Em Ottawa tem uma espécie de parque margeando o Canal de Rideau. Em Ville de Québec há o Battlefield Park.

Em São Paulo temos vários bons parques mas acho que são dispersos e poucos, proporcionalmente à população. Outro problema é chegar neles. Nenhum dos grandes parques é acessível por metrô. Normalmente são difíceis de estacionar e/ou há flanelinhas pedindo "para olhar" seu carro. Quando se estaciona fora do parque e não há flanelinha, corre-se o risco de roubarem seu som, ou seu carro. No Ibirapuera, o estacionamento passou a ser cobrado pois estava muito difícil de achar uma vaga (lógica contestável).

Além de tudo, há aquela cadela chamada Trânsito. Gastar 1:30 de condução ou 0:45 de carro para chegar em um parque desanima qualquer um. Enquanto em Ville de Québec as pessoas saem do trabalho às 17:00 e às 17:30 estão em algum lugar fazendo outra coisa, em São Paulo elas estão até as 19:00 no congestionamento.

Quanto à segurança, acho que alguns parques são seguros nos horários de maior movimento. Muitos parques  públicos tem dezenas de seguranças ou policiais vigiando. Mas há também exemplos como o Parque Ecológico do Tietê, onde eu nunca correria sozinha se fosse mulher. Mas a Vida está certa: O problema não são os parques, mas a sociedade violenta em que vivemos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Bicicletas no Canadá e medo em São Paulo

Nos últimos anos, trabalhei em uma forma de contratação "cinzenta" denominada "PJ", ou seja, eu tenho uma "empresa de eu mesmo" que "prestava serviços" para meu ex-contratante. Como não vou mais trabalhar neste formato, iniciei o processo de fechamento da empresa.

Hoje tive que ir ao cartório para reconhecer firma e à empresa de contabilidade para entregar este documento. Como o dia estava bonito, estou desempregado e adoro pedalar, fui de bike. A idéia era amarrar a bike em frente ao cartório mas, na hora H, não tive coragem.

Eu sei que foi pura paranóia, já que tinha vários motoboys no estacionamento, mas não consegui. Acha que uma vida inteira em São Paulo me deixou traumas demais:

  • Quando eu era criança, meu maior medo era ter minha bicicleta roubada. Um dos meus irmãos teve a bicicleta roubada na porta do supermercado. Um dia, entrou um sujeito no quintal de casa de madrugada e roubou a bicicleta de meu outro irmão. Meu sobrinho teve a minha bicicleta roubada com coronhada na cabeça.
  • O carro do meu pai foi roubado de mim em um dia que fui comprar um jornal para procurar emprego ;(
  • Já fui assaltado 5 vezes
  • Meu carro foi arrombado (porta amassada) para levarem o aparelho de som.

Em São Paulo existem estacionamentos de bikes onde ficam "menores aprendizes" olhando as bikes, portanto acabei parando lá.

Na minha recente viagem ao Canadá vi grande uso de bicicletas. Agora que fui procurar umas fotos, notei que EM MUITAS fotos tem alguém passando de bike.

Montreal:
As pessoas normais usam, não só os loucos.

Paraciclo - Centro

Paraciclo - Rosemont

Paraciclo - Metrô Vendôme


Paraciclo - Porto

Bike amarrada na árvore

Vi pela cidade inteira bicicletas amarradas em qualquer coisa.

Ottawa: 
Paraciclo mais "formal"

Este modelo de paraciclo é bastante comum no centro de Ottawa.

Mas lá também amarram em qualquer coisa. Não visitei fora do centro.

Ville de Québec:

Paraciclo - Marché du Vieux-Port

Lá também tem bikes amarradas.

Um dos motivos porque quero me mudar para o Canadá é poder ter menos medo da violência. Sei que lá roubos de bicicletas também acontecem, mas acredito que seja bem menos frequente.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Procurando emprego


Decidi procurar um emprego mais técnico, de forma a me atualizar na prática sobre as novas tecnologias na minha área de atuação. Eu sei que no Canadá não irei arranjar um emprego "de chefe", portanto é melhor botar a mão na massa de novo. Além disso, é o tipo de trabalho que eu realmente gosto de fazer.

Outro ponto é que desde 1996 eu não "garimpo" um emprego. Fiquei naquela empresa até 1999 e desde então todos os meus empregos foram por indicação.

O primeiro passo foi atualizar meu currículo. A última versão que eu tinha feito ainda tinha um enfoque "de chefe", portanto precisei refazê-lo com um enfoque mais peão "trabalhador". Após umas três versões diferentes eu ainda não estava satisfeito e, como citei na postagem anterior, li um livro sobre a confecção de currículos.

Fazer um currículo é um exercício de auto análise: O que realizei? Por que isso é importante para quem vai ler o currículo? O que vale a pena citar e em qual profundidade? NO QUE EU SOU REALMENTE BOM? O que eu tenho que é mais valioso que o dos meus concorrentes?

Consegui redigir as partes mais críticas e atualizei meu currículo em um grande site de empregos. Amanhã fará uma semana que comecei a responder anúncios do site. Até agora respondi a 18 anúncios, mas só hoje tive meu primeiro retorno. Ainda bem, porque eu estava ficando estressado de não ter respostas.

Outra dúvida crucial é: Quanto eu vou pedir de salário? Se eu pedir muito, posso acabar "acima do mercado" e não conseguir um emprego. Se for pouco, posso estar me vendendo barato. O problema é que normalmente o salário é perguntado antes da entrevista. Para responder cada anúncio de emprego neste site é necessário preencher um questionário. A maior parte deles tem a questão: "Qual sua pretensão salarial? Não responder 'A combinar'". Decidi, na grande maioria das vezes, não responder um valor, mas colocar algo mais genérico que signifique "a combinar".

Para mim, o salário é um fator que depende de muitas coisas: Qual o cargo, as responsabilidades, o tipo de trabalho, a carga de trabalho, a necessidade de disponibilidade, a localização da empresa, se vou trabalhar em um lugar fixo ou visitar clientes, se preciso usar meu carro, etc. Além disso, também existe o salário indireto: Vale refeição, vale alimentação, participação de resultados, etc.

Ainda estou dando uma polida no histórico, mas pretendo ter o texto definitivo em breve. Não aguento mais escrever currículo!!!

Amanhã terei minha primeira entrevista em uma empresa de seleção. Se der certo, depois farei outra na empresa que realmente possui a vaga. Agora é só torcer!

Eu li... "Ace the IT Resume"


Eu procurava um livro com dicas sobre currículos e encontrei este, específico para a minha área (Informática).

O livro é de 2007, mas eu desconfio que seja uma versão requentada da edição de 2001. Os comentários sobre o mercado de trabalho são pré crise de 2008, mas o objetivo continua o mesmo.

O livro examina cada parte do currículo e dá dicas como abordá-las. Os exemplos são sempre na área de TI, o que torna os conceitos mais familiares. Depois dá dicas sobre o que fazer com situações atípicas (períodos parados, mudança de profissão, etc). Também possui dicas sobre formatação true type e ASCII
e possui um apêndice com exemplos de anúncios e currículos.

Ele também possui um capítulo sobre cartas de apresentação. Eu não o li, pois não usamos isso no Brasil. Entendo que no Canadá será útil.

Um ponto que achei fraco é que ele poderia ter mais exemplos. Normalmente só há um exemplo de cada situação.

A minha avaliação é que supriu minhas expectativas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Moradia pré-imigração

Minha senhoria decidiu vender o apartamento ainda este ano. Nós tínhamos combinado que eu poderia ficar até imigrar, contanto que a avisasse com dois meses de antecedência.

Como ela quer os ovos e o omelete, vai deixar para pedir para eu sair quando ela conseguir vender. Eu espero imigrar em março, portanto terei potencialmente quatro meses sem ter onde morar. Até o meio de agosto eu tinha uma moradia backup, mas autorizei outra pessoa morar lá. Duas semanas depois,  nas vésperas da minha viagem, fui informado desta reviravolta de planos. O lugar tinha ficado uns três anos desocupado. Que azar de timing!

O problema é alugar um lugar por tão pouco tempo: Não acredito que alguém desconhecido irá alugar para mim por tão pouco tempo. Portanto, terei que fazer um contrato normal e potencialmente pagar a multa rescisória. E quanto menor o período que eu ficar, maior a multa! O pior é que eu tinha pensado nisso em março deste ano e a proprietária tinha dito que tinha desistido de vender e que eu poderia ficar. Quem manda ser crédulo?

Até tenho algumas pessoas que poderiam desocupar um quarto na casa delas e nos acolher, mas acho abuso ficar tantos meses. Além disso, minha mulher iria me enlouquecer.

Uma possibilidade é apostar que ela não consegue vender até lá. Seria o melhor cenário, mas se ele não acontecer, ficarei em uma situação pior ainda.

Outro grande agravante é que mudar de casa dá um trabalho enorme: Garimpar outro lugar, negociar contrato, fazer a mudança e fazer a alteração de endereço em todos os lugares importantes (Consulado do Canadá, banco, cartões, etc). Este tempo poderia ser bem melhor empregado.

O que realmente me enlouquece é a indefinição de datas: Um dia o apartamento será vendido e um dia o visto vai sair. Quem consegue se planejar deste jeito?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Canadá: Impressões como visitantes - Língua

Como turistas, nosso principal contato com as pessoas é no comércio e em restaurantes. Eu esperava ser atendido de vez em quando por pessoas bilíngues. Eu achei que seria principalmente em shoppings, grandes lojas e restaurantes no centro de Montreal, em Gatineau e na parte turística de Ville de Québec.

Como meu francês não é tão bom assim, os atendentes passavam a falar em inglês quando a conversa não fluia bem. Acredito que pelo menos 95% das pessoas com quem falei falavam inglês. Isso inclui a garçonete em um restaurante simples em Verdun, os balconistas da farmácia e da loja de conveniência em Ville de Quebéc, os atendentes da praça de alimentação de um shopping no fim do mundo em Gatineau e, pasmem, até um "operário-mendigo" que veio pedir dinheiro para o ônibus em Rosemont.

A minha sensação é que, pelo menos nas cidades que eu visitei, é mais difícil arrumar um emprego um pouco melhor se você não falar as duas línguas. Outra constatação foi que o meu francês precisa evoluir muito até que eu consiga entender os nativos conversando entre si.

Um ponto curioso sobre Ottawa: Como minha mulher não fala inglês, ela falava francês com as pessoas. Lá foi o contrário: Quase ninguém falava francês.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Canadá: Impressões como visitantes - Transporte e moradia

Voltei hoje de uma viagem ao Québec como turista. Fomos ver o quanto a grama do vizinho é mais verde. Eu já tinha visitado Toronto em 2001, mas minha esposa não tinha ido ainda. Como é uma decisão radical largar tudo e ir morar em outro país, fomos fazer uma viagem de reconhecimento. Eu entendo que a visão que temos do país como visitantes é bastante limitada comparada com a de imigrantes, mas fomos procurando olhar ao menos alguns pontos relevantes.

Os pontos principais que focamos foi transporte e moradia. Inicialmente, a vida que eu procuro no Canadá não inclui ter um carro. Portanto, morar em locais com transporte frequente era o primeiro fator de escolha. Baseados nisso e em outras dicas sobre bairros dadas por brasileiros imigrantes, definimos as regiões desejadas. Procuramos anúncios de apartamentos no Kijiji nestas regiões e fomos até em frente dos prédios. Desta forma pudemos conhecer os meios de transporte e ter uma idéia geral do bairro. Claro que ver o prédio por fora não significa nada, mas era melhor do que simplesmente vagarmos por ruas escolhidas ao acaso.

Em Montreal só utilizamos metrô, portanto não sei como seria a vida com integração de ônibus. Como foi a maior cidade visitada, foi a que visitamos mais bairros: Rosemont, Outremont, Westmont, trechos de Cote-des-Neiges, Verdun (até o Parque Angrignon), além do centro. Os bairros "*mont" me lembram aquele ditado: "Há um mundo melhor, mas ele é bem mais caro". Achei que Westmont é um bairro de cair o queixo. No final do Boulevard de Maisonneuve tinha uma Lamborguini estacionada na rua, o que eu considerei uma dica que morar naquele bairro talvez não caiba no meu poder aquisitivo. Eu gostei bastante de Verdun, principalmente entre as estações Jolicoeur e Angrignon. Não me sinto qualificado para comentar Cote-des-Neiges, pois aparentemente o bairro é bastante heterogêneo. O centro me lembra o Brasil: Lojas de grife e muitos mendigos.

Em Gatineau, no primeiro dia visitamos Hull e no segundo alugamos um carro e visitamos Gatineau, Aylmer e Manoir des Trembles. Não usamos transporte coletivo, pois lemos que lá é complicado depender de ônibus. Hull é legal no trecho extremamente perto de Ottawa. Em alguns quarteirões para frente já fica bem mais bizarro. Manoir des Trembles parece o cenário de "Desperate Housewives". Aylmer e Gatineau (região do Boulevard de Maloney) são lugares razoavelmente bonitos e pacatos. Acho que deve ser uma cidade boa para viver, mas tive a forte impressão que realmente seria necessário ter carro.

Em Ville de Québec focamos nossa busca no trecho percorrido pelo Metrobus do centro até Sainte-Foy. Deu para entender porque tantos brasileiros imigram para uma cidade tão pequena. A sensação de qualidade de vida é muito grande: Muito verde, pouco trânsito e pouco stress. Os motoristas de ônibus parecem felizes. O problema é que não é rápido: Leva cerca de meia hora para ir de ônibus de Sainte-Foy até o centro. Na terça-feira fomos até o ponto final da linha 800 do Metrobus: É no meio do nada, um lugar onde só tem mato. Literalmente. Eu esperava um terminal de transferência com diversas plataformas e ônibus indo para mais longe ainda.

Escolhi estas cidades por acreditar que elas são as melhores opções para arranjar emprego e também devido à minha visão pré-concebida de como elas seriam: Montreal seria a metrópole onde há emprego, mas eu gastaria uma hora e meia para ir de casa ao trabalho e todo mundo lá seria árabe, indiano ou chinês. A Ville de Québec seria uma cidadezinha minúscula onde ninguém falaria inglês. Gatineau seria uma cidade dormitório sem empregos e economia própria, onde todo mundo iria trabalhar em Ottawa.

Nesta viagem constatei que todas estes preconceitos eram fortes demais: Em Montreal acredito ser viável morar a meia hora do centro usando o metrô. A proporção de "minorias visíveis" que eu encontrei foi bem menor do que eu esperava. Ville de Québec é uma cidade geograficamente muito grande e todo mundo que encontrei no comércio fala inglês. Minha impressão sobre Gatineau não mudou muito, mas talvez eu não tenha ido aos lugares corretos.

Minha conclusão foi que as três cidades oferecem estilos de vida diferentes: Montreal é a metrópole onde há muitas opções de quase tudo. Ville de Québec é uma versão mais "cidade pequena", sendo uma cidade mais Quebequense. Gatineau é mais "subúrbio", no sentido estadunidense do termo, e achei que ela é muito mais Ontário do que Québec.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

As seis suítes para violoncelo solo, de Johann Sebastian Bach

Em um post anterior, continuei o assunto dos pertences a serem levados para o Canadá. Naquela época, afirmei que eu tinha poucos objetos com grande valor sentimental, portanto eu poderia facilmente levar todos.

Mas...


Há quase dez anos atrás, após me formar na universidade, decidi estudar violoncelo para tocar as seis suítes para violoncelo solo, de Johann Sebastian Bach. Estudei a coisa por uns quatro ou cinco anos, mas, na melhor das hipóteses, eu era uns estudante medíocre. Cheguei a ter aulas sobre o prelúdio da suíte número 2, mas nunca realmente a dominei. Eventualmente eu me casei e nunca mais cheguei a estudar seriamente.

O ponto que está doendo agora é que tive uma oportunidade de vendê-lo, mas não consegui. O problema não é me desfazer do instrumento em si, mas o sonho não alcançado que ele representa. Quando eu não mais o tiver, vai significar formalmente que fracassei neste sonho no qual investi tanto anos de estudos.

Por outro lado, por vários motivos não acho realista levar um violoncelo na imigração. Primeiro, não dá para levar como bagagem, já que excede os limites das companhias aéreas. Segundo, qualquer forma de levar provavelmente acabaria muito cara, não valendo a pena financeiramente. Terceiro, duvido que que eu vá morar nos primeiros tempos em um lugar acusticamente isolado o suficiente para poder estudar. E quarto, e mais doloroso, se eu não voltei a estuda até agora, não vou mais voltar.

Portanto, acho que o melhor a fazer é ter um período de luto pela morte do meu sonho e vender o instrumento.


sábado, 18 de junho de 2011

Eu assisti...

Os homens que não amavam as mulheres (Versão sueca).

Baseado no livro homônimo, conta a busca por uma adolescente desaparecida em 1966.

Como eu li todos os livros da trilogia, minha avaliação sobre o filme é bastante parcial. De forma geral, o enredo é bastante fiel ao livro, mas claro que muita coisa foi cortada.

O fato que eu achei engraçado foi a escolha dos atores. O autor deixa bem claro que a personagem da capa é bem pequena e sem graça, sendo confundida com uma pré-adolescente o tempo todo. Eu sempre a imaginei como a personagem Becca Moody do Californication (pessoa mais à esquerda nesta foto) A atriz escolhida é bem grandinha. Por outro lado, no filme o personagem masculino principal é bem sem graça, sendo que ao longo da trilogia diversas mulheres se jogam na cama dele. No filme, ele não tem este perfil "arrasa-corações".


Embora o filme dure 2:30h, não achei cansativo. Sei que os filmes dos outros dois livros foram feitos mas acho que não foram lançados no Brasil.

domingo, 12 de junho de 2011

Eu li...

"The girl who kicked the hornet's nest". No Brasil, "A Rainha Do Castelo De Ar", em Francês, "La Reine dans le palais des courants d'air". É o terceiro livro da trilogia "Millenium".



O título em sueco é "O castelo de ar que explode", onde "castelo de ar" significa um sonho inatingível. Não vejo muita ligação com o livro.

Este livro é a continuação do livro anterior, portanto não aconselho lê-lo sem ter lido aquele.

Nesse thriller policial o autor acertou a mão. Li compulsivamente a partir de uns 40% do livro (o kindle não apresenta número da página, mas o percentual de progressão). MUITO legal.

A trama envolve conspirações, "queima de arquivo", perseguições, espionagem, contra-espionagem, órgãos do governo, polícia, mídia, etc. No final há o julgamento da heroína. E, claro, o "água de bateria" Blomkvist, como um James Bond escandinavo, catando a mulherada.

Ao contrário do livro anterior, este amarra todas as pontas no final.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Hoje aqui está frio

Esta noite eu estava no ponto de ônibus e o termômetro marcava 13 graus. Embora bem agasalhado, eu pensei em como a noite estava fria.

Vamos ver o que eu vou achar disso daqui a um ano e meio, quando 13 graus vai ser quente.

Me lembro de um dia de inverno em Toronto quando eu estava na rua e comecei a sentir muito calor. Fui abrindo a roupa e vi um termômetro marcando 9 graus. Nos dias anteriores estava 2 graus, o que prova que tudo é relativo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

2:30 para ser atendido na emergência do hospital

Não foi em Québec ou no SUS. Foi em um hospital na zona oeste de São Paulo.


Nunca tinha ido neste hospital antes. Não sei se foi azar, o tempo  frio, ou se é sempre assim. A sala de espera tinha uns cinquenta assentos. Na hora em que fui atendido tinham umas cem pessoas, o que significa que não tinham mais paredes e pilastras para as pessoas que estavam em pé encostarem. Com o tempo começou a ficar difícil andar entre as pessoas. Sinistro.

Este é um hospital particular e a unidade da zona oeste que é a "chique". Os planos de saúde mais simples não dão cobertura nele. Eu fui lá porque sou dependente no plano da Lisbela, que é bem melhor do que o meu.

Lá tem um sistema de triagem por cores: Vermelho para quem está literalmente morrendo, amarelo para quem não está morrendo por enquanto, azul para preferenciais (idosos e gestantes) e verde para quem não corre risco iminente. Como pode-se imaginar, désólé para os verdes.  Mas a moça com a pulseira amarela na cadeira de rodas na minha frente deve ter esperado cerca de uma hora.

P.S.: Agora estou bem. Apesar da espera, o hospital é bom.

15 minutos de fama

A última postagem teve um efeito colateral que eu não esperava:


Terceiro site na busca pelo artigo no Google! Tudo bem que só três sites trouxeram a "busca exata" :)

A Lisbela me falou que o meu blog tinha tido algumas dezenas de acessos desde ontem. Na hora, eu pensei: "O que não faz uma nova imagem de fundo!" (brincadeirinha... Coloquei ontem a imagem cedida pela Patinha). Quando fui ver as estatísticas de acesso é que vi que os acessos vinham do Google.

Eu sempre desejei que meu blog fosse "de nicho". Este contato com o "mainstream" é um pouco perigoso, mas na semana que vem estas palavras chaves terão afundado nas areias do esquecimento e a vida voltará ao normal.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O profissionalismo como religião

Este é o título da coluna de Cláudio de Moura Castro na revista Veja desta semana. O assunto é sobre profissionalismo e o nível de qualidade que os próprios profissionais exigem de seu trabalho.

Destaco os seguintes trechos:

"Aqueles países com forte tradição de profissionalismo disso se beneficiam vastamente. Nada de fiscalizar para ver se ficou benfeito. O fiscal severo e intransigente está de prontidão dentro do profissional."
...
"Não apenas não sabe fazer de qualquer jeito, mas sua felicidade se constrói na busca da excelência. Sociedades sem tradição de profissionalismo precisam de exércitos de tomadores de conta. (...) Sai benfeito  quando alguém espreita. Sai matado quando ninguém está olhando."

Esta coluna chamou muito a minha atenção pelos conceitos apresentados, principalmente o de "tomadores de conta". Eu percebi que a minha equipe precisa de um "tomador de conta" e que eu já fiz este papel no passado (hoje este papel está com outra pessoa). Este modelo acarreta uma série de problemas, como baixa qualidade, grande quantidade de correções, atraso nos projetos, e, em última instância, baixa qualidade das entregas para os clientes. A administração da empresa entende que todos estes pontos são compensados pelo "menor custo" da mão de obra.

O problema é que este é o ponto de vista de toda a indústria de software, não só de onde eu trabalho. Como software é algo abstrato, é difícil avaliar a qualidade do serviço. Fazendo uma metáfora, imagine que não haja montadoras de automóveis e que todos são feitos por encomenda aos mecânicos das oficinas. Você pode até olhar como ficou por fora e dar uma volta no carro, mas para saber se foi bem feito você precisa desmontá-lo peça por peça.

Na indústria de software "desmontar peça por peça" chama-se "revisão de código". Consiste da leitura por um "profissional experiente" de todo o código fonte gerado. Na prática, esta revisão raramente é feita pois é cara. O que se usa são "testes de caixa preta", que é o equivalente a olhar o carro e dar uma volta. O problema é que às vezes o teste é dar uma volta em um quarteirão plano sendo que o cliente vai fazer rallye. Existe um tipo de profissional chamado "Analista de testes", que define quais os testes que devem ser feitos. No Brasil, esta é uma profissão bastante desprestigiada, quase de "segunda linha". Eu nunca vi um analista de testes que ganhasse o mesmo que um analista de sistemas, embora o nível de qualificação requerida seja semelhante.

sábado, 28 de maio de 2011

Trancamento



Esta semana solicitei o trancamento de matrícula do meu curso. É uma grande ironia, pois agora que iam começar matérias mais aplicáveis ao meu dia-a-dia. Seja como for, no Canadá não vou ter essa mesma responsabilidade por um bom tempo, então é melhor focar em coisas mais práticas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A indefectível marcha

Quando pedimos o visto, o prazo é tão longo que parece que não é com a gente. É como a aposentadoria, algo remoto no qual não pensamos muito.

Tic, tac, tic, tac.

Pelo andar da carruagem, o meu visto deve ser emitido no começo do próximo ano. Já estamos quase em junho e  ainda tem muita coisa para fazer.


Tic, tac, tic, tac.


O problema é que faz muita diferença se o visto sair em janeiro ou em julho. Estou fazendo um curso que acaba em setembro do ano que vem. O mais racional seria parar e aplicar meu tempo em algo mais prático, já que, a princípio, não vai dar tempo de terminar. Mas fica sempre o pensamento: "E se... (toc, toc, toc)"? Já vi que no próximo módulo vai ter uma matéria legal. Se eu largar agora vou morrer na praia?

Se o visto sair em janeiro, de jeito nenhum vou ficar aqui até setembro. Lá que é frio, mas é aqui que a minha vida está congelada.

Como se diz em inglês: "The clock stinking" (ou "The clock is ticking", sempre me confundo).

domingo, 15 de maio de 2011

Eu li...

"The Girl Who Played with Fire". No Brasil, "A Menina que Brincava com Fogo", em Francês, "A fille qui rêvait d'un bidon d'essence et d'une allumette". É o segundo livro da trilogia "Millenium".



Comparado com o livro anterior, possui uma narrativa bem mais ágil, encaixando-se bem como thriller policial.

O livro é sobre uma investigação de triplo assassinato. Nas estórias paralelas estão a publicação de um livro sobre tráfico de prostitutas infantis dos Bálcãs, a viagem da personagem principal para o Caribe, etc.

Um ponto bastante interessante é a explicação de eventos da infância e adolescência da personagem principal, que são apenas citados no primeiro livro.

Porém, fica um aviso: O livro não acaba. Um monte de assuntos não são concluídos, provavelmente sendo encerrados apenas no terceiro livro.

Eu gostei muito mais deste livro do que do primeiro.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Na ponta da língua

Este post é sobre o original publicado no blog Whole Wide World

Ainda estou no Brasil, portanto minha visão pode estar equivocada. Aí vai:

Concordo que realmente é necessário ter conhecimento da língua. Porém, eu divido esta necessidade em dois grupos:
- Necessidade social: Pedir informações, fazer compras, etc. A que mais me assusta é acertar um contrato de aluguel;
- Necessidade profissional: Vocabulário necessário para a área que você vai trabalhar ou estudar;

Eu passo meus dias pensando: "Como se diz isso em francês?" e na maioria das vezes não sei a resposta, portanto sei que ainda não estou pronto. Pelo menos posso usar inglês como muleta.

Dominar uma língua é algo que leva muito tempo. Afinal, nóis num passô a vida intera aprendeno u portugueis? Eu não espero, a curto prazo, conseguir discutir política ou dar uma bronca em alguém.

Outro ponto que me preocupa e que não é possível aprender de antemão é a cultura corporativa: O que pode ou não ser dito para quem, padrões de vestuário, como se portar durante uma seleção, variações nos horários de trabalho, etc.

Quando eu penso em imigrantes, sempre penso nos bolivianos que moram aqui em São Paulo. É assim que eu me enxergo no exterior. Para qual tipo de emprego você empregaria um boliviano que não fale português? Ou que fale português muito mal? Esse sujeito vai conseguir emprego se estiver concorrendo com quem? E no caso de um boliviano que domine a língua: O quanto ele tem que ser melhor se ele estiver concorrendo com um brasileiro?

Conhecer a língua não é garantia de sucesso, mas não conhecer é garantia de fracasso. É a mesma coisa que o ensino formal: Quem estudou até o primário vai ser pedreiro e doméstica, quem terminou o primeiro grau vai fritar hamburguer, quem terminou o segundo grau pode ser auxiliar administrativo, etc. Em muitos casos, a pessoa não tem capacidade, oportunidade ou interesse em ser mais que isso.

Nos comentários do post alguém pergunta como uma pessoa está há anos no país e não aprende a língua. A mesma pergunta caberia ao pedreiro ou ao auxiliar administrativo. Talvez a vida esteja confortável o suficiente, ou a pessoa esteja "conformada". Talvez a pessoa não tenha como "investir" na língua. Existe um ditado que diz que "Quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro". Eu acho que é comum quem trabalhar não ter tempo para ganhar conhecimento. Mesmo aqui, na minha área profissional, preciso estudar fora do expediente.

Você terá domínio da língua para ser o quê? Pedreiro ou engenheiro? Se a resposta for pedreiro, vá e seja pedreiro. Só não perca o foco do que você realmente quer.

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das mães

Este é um dia das mães diferente para mim: É o primeiro desde o seu falecimento.

A minha mãe morreu algumas vezes. A primeira vez foi há alguns anos quando ela foi atropelada e ficou na UTI, pois havia pouca esperança de sobrevivência. Ela sobreviveu, ficou algumas semanas em coma mas retornou. Ou, dizendo melhor, alguém retornou. As sequelas tinham sido tão grandes que ela não tinha muita lembrança das coisas. Portanto, ela tinha morrido pela segunda vez, pois o corpo estava ali mas a mente deixava bastante a desejar. Depois disso, ela começou a se recuperar, tanto física quando cognitivamente: Chegou a andar amparada e falar algumas palavras. Esta fase de melhoria contínua durou alguns meses mas depois parou e começou a regredir. Então eu percebi que ela nunca mais iria se recuperar, e ela morreu pela terceira vez. Eu sempre achei que esta seria a mais dolorida.

Ela faleceu umas três horas depois que eu pus meu pedido de CSQ no correio. Eu achei que estaria preparado, mas a quarta vez foi a que mais doeu. Eu estava racionalmente preparado e consegui suportar bem o funeral. Minha mulher achou que eu fui insensível. A dor realmente bateu forte nas semanas e meses seguintes. Mas homem sofre em silêncio, não fala sobre o assunto. O pior foi quando eu sonhava com ela: No sonho ela estava bem, como antes do acidente, mas eu sabia que era sonho. Isso só piorava a saudade.

Alguns anos antes do acidente meu cunhado me disse para eu curtir meus pais, porque eles não durariam para sempre. Felizmente eu segui este conselho por vários anos e hoje não tenho nenhum arrepedimento.

domingo, 1 de maio de 2011

Pescando

Acabei sensibilizado pelo meu último post e aproveitei o feriadão da semana passada para montar um quebra-cabeça:

Foi um de 500 peças montado em uma noite, mas deu para matar um pouco da saudade.

Antes de casar eu costumava montar bastante. Afinal, eu não assistia muito TV e não tinha banda larga :). Este daqui é de um conjunto comprado há uns seis ou sete anos atrás. O tema de neve, muita neve, é uma certa coincidência com o projeto atual.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Depois que eu morrer vou ter tempo para pescar

O pensamento me veio à cabeça ao passar em frente de uma loja que tinha um quebra-cabeças na vitrine. Eu adoro montá-los mas já deve fazer uns três anos que não monto nenhum. O assunto aqui é deixar de fazer as coisas que se gosta por falta de tempo. O título do post deveria ser "Depois que eu morrer, vou ter tempo para montar quebra-cabeças", mas não ia causar o mesmo efeito.

Em inglês existe a expressão "quality time", que seria algo como "tempo bem aproveitado". É algo muito difícil de otimizar. Se pensarmos que tempo é um recurso igual a dinheiro, teríamos que para de gastar em bobagens e coisas supérfluas e comprar coisas mais importantes. Com dinheiro é mais fácil de fazer, pois, na dúvida, podemos optar por não comprar nada. Com o tempo, somos obrigados a decidir o que comprar o tempo todo, sem direito a hesitações. Compras boas ou ruins, temos que fazê-las pois o tempo não pára. Um agravante é que o nosso "orçamento" de tempo começa a ficar com gastos fixos cada vez maiores: Trabalho, estudo, etc. Além disso, criamos hábitos com os "supérfluos", como televisão e internet. No final das contas, o tempo que sobra acaba ficando limitado.

Com o processo de imigração eu sinto como se houvesse um relógio em contagem regressiva. Existe um conjunto de coisas grandes que preciso fazer antes de imigrar. Algumas são associadas ao processo em si, como diminuir minha vida para caber em 128 quilos, melhorar o conhecimento de francês e inglês, traduzir o currículo, postá-lo nos sites no Canadá, etc. Outras coisas são profissionais, como tirar certificações em certas tecnologias. Por último, também há coisas pessoais.

Um professor me disse que quando abraçamos as coisas, nossos dedos devem se entrelaçar. Se não entrelaçarem, as coisas eventualmente vão cair. Sabendo disso, temos que optar sobre o que não fazer. Às vezes a decisão é dolorosa, como não montar mais quebra-cabeças.

sábado, 26 de março de 2011

Eu li...

"The Girl with the Dragon Tattoo". No Brasil, "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres". Em francês, "Les hommes qui n'aimaient pas les femmes".



Li a versão em inglês. É um romance policial sobre o desaparecimento de uma garota em 1966. O livro se passa em 2002 ou 2003, mas é preciso descobrir de forma indireta através de datas de nascimento e idade das pessoas. Eu não conhecia muito o livro e o comprei correndo antes de viajar no carnaval.

De forma geral, os personagens são razoavelmente densos e a trama é cativante. Só achei que é um pouco longo (a versão em papel tem 600 páginas) e uma das tramas poderia ser totalmente suprimida. O livro é sueco, talvez seja o estilo deles. Uma curiosidade é que os nomes, na maior parte das vezes, são impronunciáveis.

Eu gostei do livro e pretendo ler a continuação.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Primeiras impressões sobre o Kindle

Como citado no post anterior, adquiri recentemente um Kindle. Agora que já o usei por quase duas semanas deu para formar uma opinião:

Coisas boas:

  • É confortável de segurar: Estou na página 215 do meu primeiro livro, portanto já passei muitas horas lendo. Li na rede, no sofá, na cama, na cadeira de praia na areia (sim, realmente o levei para a praia), etc.
  • É confortável de olhar: O visor em e-ink realmente não cansa;
  • Ao navegar com o cursor sobre a página aparece um dicionário de duas linhas sobre a palavra junto ao cursor. Vem um dicionário inglês-inglês e o livro que estou lendo é em inglês. Há anaos tenho preguiça de consultar o dicionário enquanto leio, mas no Kindle é tão prático que já usei várias vezes. Por exemplo, para "libel" aparece "li-bel n 1 [LAW] a published false statement that is damaging to a person's reputation; a written          more". Ao pressionar a tecla enter, o dicionário é aberto na palavra selecionada. Depois basta pressionar a tecla back para voltar à página que estava lendo. Como o dicionário é um livro, é possível por o cursor, por exemplo,  sobre a palavra "statement" que o dicionário de duas linhas aparece com a definição, podendo teclar enter e ir para a definição da palavra. Depois pode-se teclar back duas vezes e voltar para o livro. É possível comprar outro dicionário, por exemplo o francês-inglês, e colocá-lo como dicionário padrão. É o que eu pretendo fazer quando for ler em francês algum dos 30 livros do Julio Verne que eu comprei por US$2.95.
  • O browser é melhor que o do meu celular: Só usei em Wi-Fi porque o meu Kindle não tem 3G. Vi um post de um cara em Portugal que comprou o Kindle 3G lá e o browser não funciona com 3G, portanto não tente arriscar. O Kindle tem quatro orientações de tela, portanto dá para colocar a imagem "deitada", o que é melhor para navegar.
  • Dá para colocar PDFs: Coloquei as aulas do curso que estou fazendo e não tenho que carregar quilos de papel. A forma de exibição de PDF é um pouco discutível, portanto este é um assunto a evoluir. 
  • Normalmente é possível baixar de graça versões "sample" de livros, contendo as primeiras páginas. Baixei dezenas mas só li uma, de um livro de piadas.
  • A bateria dura muito: Com o WiFi desligado, a Amazon afirma que dura um mês. Mesmo tendo navegado na Internet por um tempo, acredito que seja bem possível. No momento ele indica que está na metade, sendo que carreguei a quase duas semanas.
Coisas nem tão boas:
  • O visor é monocromático, o que é excelente para livros sem figuras, mas um pouco chato para navegar na Internet.
  • O dicionário é um livro, não um programa: Portanto para procurar uma palavra utiliza-se o mecanismo genérico de busca, que retorna todos os trechos com a palavra e não apenas a definição dela;
  • O browser é um pouco ruim de utilizar devido à falta de um mouse. Com a tecla direcional é possível passar por links/campos/etc mas não é tão prático quanto um mouse. Ele também não suporta abas. Algum site que acessei necessariamente abria uma nova aba, portanto não foi possível navegar nele.
  • Facilidade extrema ao consumismo: Ele tem um programa de navegação na Kindle Store, portanto é possível procurar livros diretamente dele ou acessar a wish list. Eu preenchi a minha wish list no PC e depois a acessei do Kindle. Ao ver o detalhe de um livro normalmente é possível obter o sample e também há na página o botão "BUY". Ao acionar o "BUY" o valor é debitado do cartão de crédito cadastrado e o livro é copiado automaticamente para o Kindle em questão de segundos. É um pouco assustador, dá vontade de clicar em "BUY" em tudo. Imagino que esta satisfação imediata, de comprar agora e consumir em alguns segundos, deva ser algo semelhante a fumar crack. E como a droga, a conta também chega depois, mas na forma de fatura de cartão de crédito.
Em suma, por enquanto estou bastante satisfeito. Há um programa chamado "Calibre" para conversão de conteúdo mas ainda não tentei utilizar.

sexta-feira, 4 de março de 2011

It's a kindle of magic

Encontrei alguma coisa que eu ainda não tenho: Um Kindle!

Fiz a loucura e encomendei um da Amazon. Chegou hoje e só agora comecei a brincar. O meu é do modelo mais simples (6" WiFi).



A Lisbela chegou em casa antes e ela que desembrulhou o brinquedo. Depois ela me contou que ficou tentando tirar o papel que estava colado na tela... :) Ela não sabia que era e-ink.

Dá para baixar "samples" dos livros. Desta forma dá para ler um pouco para ver se gosta. Em uma livraria física eu também poderia fazer isso, mas não de forma confortável. No Kindle vou poder ler os samples no sofá.

Outra coisa é que também exibe PDFs. Eu tenho materiais de aula que os professores publicam em PDF, portanto não vou precisar imprimir nem levar um notebook. Vamos ver se dá certo.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Francês para o dia-a-dia

Estava eu procurando um dicionário na Amazon  quando me deparei com esta pérola:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Emprego lá

As pessoas que estão imigrando como profissional qualificado tem este tópico como uma das principais preocupações. Até agora tenho visto os seguintes perfis:

O focado: Vai procurar emprego em sua área profissional. A maioria aceita trabalhar em um cargo inferior na mesma área. Como não sabe francês tão bem e não tem "experiência canadense", leva cerca de um ano para arranjar emprego, quando consegue.

O focado, versão avançada: Luta ativamente para suprir suas deficiências: Faz trabalho voluntário para ter experiência canadense, estuda francês a fundo, estuda os termos da sua profissão em francês, participa de atividades sociais para fazer "networking", etc. Normalmente obtém sucesso, e mais rápido que o "focado" tradicional.

O estudante: Sabe que a sua qualificação não adianta muito no Canadá e decide que vai estudar quando chegar lá. Pode estudar para atingir os conhecimentos da sua profissão regulamentada, fazer uma pós-graduação na sua área ou até mesmo mudar de profissão. Normalmente pertence a um dos seguintes sub-grupos: Os que já sabem o que e onde vão estudar e os que vão decidir quando chegarem lá.

O perdido: Seu perfil é parecido com o do estudante, mas não pode ou não quer estudar assim que chegar. Fazer um curso sério em língua nova é um grande desafio. Em muitos casos pode não ser o caminho mais prudente, ou requerer mais dinheiro do que a pessoa  tem. Seu plano é procurar um emprego que "tenha a ver" com a sua profissão, o que quer que isso signifique. Sua disponibilidade para opções é bem mais ampla que a do perfil "focado", já que aceitaria um emprego que não necessariamente o coloque em um caminho para alcançar a posição que possui no Brasil.

O valente: Não tem muita esperança de trabalhar na sua área. Vai procurar emprego não qualificado usando os mesmos critérios de um trabalhador não qualificado: Salário, esforço físico, carga horária, distância, etc. Seu foco é sustentar a casa.

O esperançoso: É uma mistura do focado com o valente: Pretende arranjar emprego em sua área profissional mas não deseja ficar muito tempo desempregado, aceitando empregos não qualificados "para começar". Quando estiver empregado, corre o risco de se acomodar e perder o foco.

O desencanado: Pretende passar alguns meses aprendendo francês e a cultura canadense, talvez faça algumas viagens. Pretende depois de um tempo passar para outro perfil. Está mais disposto do que os outros perfis para voltar ao Brasil se as coisas derem errado.

Claro que existem outros perfis diferentes, ou até perfis que são uma mistura dos citados acima. Por exemplo, o "focado avançado" pode começar estudando e o "desencanado" pode virar qualquer coisa.

O meu perfil é o "esperançoso". Portanto fico procurando atividades não qualificadas nas quais eu poderia trabalhar rapidamente no Canadá. Até agora, a minha lista inclui:

  • Manobrista: O problema é que eu manobro mal pra caramba;
  • Pracista - Recolhe bandejas na praça de alimentação dos shoppings: Não sei se existe isso lá;

Posse

Acabei de ler um post chamado Uma vida em 128 quilos. De início achei que era algo sobre alguém bem gordo, mas é a fatídica conta de 4 malas de 32 quilos que um casal pode levar ao exterior.

O assunto, que assola todos os futuros imigrantes, é o que fazer com as coisas quando imigrar. Isso se desdobra em outra conseqüência: Comprar ou não comprar? Vai dar para levar? Vou dar, vender ou jogar fora? O problema é que entre a decisão de imigrar e o dia do embarque normalmente passam-se dois ou três anos. Outro corolário é: Eu não deveria economizar este dinheiro, já que vou ficar desempregado?

Faz alguns meses que quero comprar um terno novo. Além do normal problema de caixa, vem a dúvida: Terno de microfibra, ou outro tecido para climas quentes, é adequado para o Canadá? Is the suit suitable?Será que vou conseguir levar todos os meus ternos? Será que vou precisar de terno lá, já que vou ser peão?

Li que a Air Canadá tinha uma promoção para imigrantes que permitia levar três malas, dando 196 quilos por casal. Provavelmente seriam 16 quilos para mim e 180 para a minha mulher. Além disso, tem as bagagens de mão com uns 5 quilos cada. Quando eu li isso, pensei no aspecto prático de carregar 200kg de malas por diversos aeroportos e como pegar um táxi com 6 malas grandes, duas de mão e duas pessoas. Em Belo Horizonte não ia dar certo, já que lá todos os táxis são Fiat Mille ou Palio.

Outro ponto importante diz respeito à residência. Todo mundo vai para uma residência temporária, usualmente pequena: Normalmente são flats, quartos em B&B, homestays ou na casa de outros brasileiros. É bastante bagagem para guardar.

Quando fui para a universidade, em outra cidade, levei minha mudança em uma bolsa grande na garupa da minha moto. Quando me formei, trouxe minha mudança em um Escort. A minha última mudança, logo que casei, foi feita em algumas viagens em uma Courrier. A próxima vai requerer um caminhão pequeno, já que minha mulher liga para o fato de ter móveis. Ela quer levar móveis para o Canadá.

Ultimamente eu não tenho me interessado muito em adquirir objetos duráveis. Sob certo ponto de vista, eu já tenho tudo o que eu quero, o que é uma sensação estranha. Talvez isso seja fruto do complexo dos 128 quilos citado anteriormente. Claro que eu desejo versões novas de coisas que eu já tenho, como carro, notebook ou TV, ou até coisas que eu não tenho, como iPad, mas não me sinto disposto a pagar. Este sentimento inclusive atinge roupas e calçados, itens que eu realmente deveria comprar.

Existe uma pergunta sobre quais são as x coisas que você levaria para uma ilha deserta. O objetivo é fazer a pessoa priorizar os seus pertences. Provavelmente a resposta certa é uma faca e óculos. Minha mulher incluiria absorventes.

Uma amiga me contou de um sujeito que mandou a mudança em um container e este foi extraviado. Ele recebeu o dinheiro do seguro. Ela ficou horrorizada com a idéia de perder todas as coisas, enquanto eu fiquei maravilhado com a idéia de ter dinheiro para começar do zero.

As lavadoras de roupa no Canadá usam água quente e a roupa brasileira não é feita para ser lavada em água quente.

Este assunto ainda vai precisar de uma longa reflexão.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Francês no MS Office 2010

Baixei a versão trial do Office 2010 home and student em português. Os idiomas disponíveis para correção ortográfica são os mesmos da versão 2007: Português, Inglês e Espanhol.

Désolé.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Francês no MS Office

O Office 2007 em português só possui corretores ortográficos para português e inglês. Você até pode marcar o texto como francês mas, désolé, a correção ortográfica não atuará.
O Office 2007 do serviço é inglês e naquela versão há correção ortográfica em francês. Eu fiquei razoavelmente impressionado com o funcionamento. Como em francês o que se fala não se escreve (até hoje não sei escrever aujourd´hui), o corretor é de grande ajuda.

Em casa, que é onde eu estudo, tem a versão student em português. Descobri que é possível comprar on-line o pacote de idiomas em francês. Obtive o seguinte link do chat de ajuda da Microsoft do Brasil: Office Language Pack 2007. Ainda não comprei o meu mas, se for comprar, lembre-se de selecionar o idioma francês no combo-box (o default é português, que você já tem!) e que é para a versão 2007 do Office.

Se alguém tiver a versão 2010 em português, favor postar um comentário sobre o suporte desta versão ao idioma francês.

Júlio Verne

Hoje, 8 de fevereiro, é o aniversário de nascimento de Julio Verne. Eu não sabia disso até agora, mas está no logotipo do Google. Inclusive, dá para navegar com a alavanca à direita (no site do Google, não aqui):


Eu também não sabia que ele era francês, sempre imaginei que era um nome meio italiano. Eu nunca fui muito bom em origens de nomes: Achava que a TV Telefunken era japonesa, não alemã.

Li a maioria dos livros dele por volta dos meus 12 anos. Naquela época eu lia qualquer coisa, de Tio Patinhas a pornografia.

20.000 léguas submarinas, eu, particularmente, achei um porre. Mas adorei outros livros, como "Viagem ao centro da terra" e "Da terra à lua", ou algo assim.

No metrô de Paris tem uma estação chamada "Arts et Métiers". As plataformas da linha 11 são decoradas como o interior de um submarino, como o Náutilus. Inclusive há escotilhas, contendo referências a máquinas, ciência e arte:

Tirando a bunda da cadeira

Gente, chega de desânimo!

O ex-presidente Lula disse que tínhamos que parar de tomar cerveja no bar, tirar a bunda da cadeira e pesquisar uma taxa de juros melhor. Imagino que o bar era o habitat natural dele, mas o princípio é o mesmo.

Li estes dias em um blog sobre o desafio "101 coisas em 1001 dias". (Em binário: 5 coisas em 9 dias). A idéia é fazer uma lista de tarefas mensuráveis e com data para acabar. O objetivo é fazer progresso em algumas áreas da vida e promover o auto-conhecimento.

Portanto vou tentar algo do gênero: Fazer coisas ligadas à imigração e postar o progresso neste blog.

Outra coisa que vi em blogs de pessoas normais: Elas vivem, e têm coisas para contar. Blog de imigrante é uma coisa deprimente, algo meio "idéia-fixa": CÃÃ-NÃÃ-DÁÁÁÁÁÁ!!!! Portanto, daqui para frente vou postar coisas aleatórias, ligadas à minha vida.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ainda sem notícias

Enviei os documentos para a etapa federal no início do mês. Sei que eventualmente vou receber uma carta do consulado acusando o recebimento. Também sei que demora algumas semanas mas a espera me enlouquece, fico imaginando que alguma coisa deu errado e o envelope se extraviou. Como ele continha os CSQs originais, comprovantes originais dos 1850 reais em taxas, certidões complicadas de tirar e formulários que não foram salvos pelo Acrobat Reader, prefiro nem cogitar este cenário.

Enquanto isso vou tocando os outros assuntos, como a melhoria do currículo para busca de emprego quando chegar lá. Também preciso começar a jogar coisas fora, tenho muito papel velho a ser reciclado.

Lisbela leu que está previsto que o processo federal demore 12 meses.

Está muito difícil esperar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Início da etapa federal

Finalmente enviamos o pedido para a etapa federal. Foi um alívio e uma felicidade.

Como bom brésilien, deixei para preencher os formulários na última hora. Tinham questões bizarras como, por exemplo, o endereço atual de todos os meus irmãos, todos os endereços onde morei desde os 18 anos, o que eu e a patroa fizemos da vida mês a mês desde os 18 anos (estudando, trabalhando, na cadeia :) ), etc.

Atualmente a taxa é de R$925,00. Por pessoa.

O pessoal do blog Partiu Montreal esperou um ano pelo processo deles. Eu acho que a tendência é demorar cada vez mais, portanto o nosso visto deve ficar pronto lá para março de2012. Tomara que o mundo não acabe antes...